Uma incrível sobrevivência no espaço exterior da estação espacial internacional (ISS) de um díptero da família Culicidae ilustra a capital importância do estudo dos dípteros. Trata-se do mosquito Anopheles gambiae, vector da temida doença malária.
Fazem-se preparativos de uma futura expedição humana a Marte. E para isso é necessário saber como lidar com ambientes agrestes como o de Marte passando pelo estudo do impacto da radiação solar nociva aos organismos. E um díptero foi capaz de o fazer no espaço exterior.
Conseguiu hibernar por 18 meses fora da estação espacial internacional (ISS). Os cosmonautas capturaram o mosquito o qual conseguiu já mover as patas…
O mosquito em questão não obteve qualquer fonte de alimentação e esteve sujeito a temperaturas extremas da ordem dos -150 ºC à sombra até aos 60 ºC sob a luz solar directa.
Por ordem dos cientistas do Instituto de problemas biológicos e médicos da academia real das ciências russa, o mosquito foi levado para o exterior da ISS. Costumavam estudar bactérias e fungos até que um cientista japonês sugeriu que se estudassem mosquitos, informação veiculada por Dr. Grigoryev.

As chuvas são raras em África onde os charcos rapidamente evaporam. Contudo, o Anopheles gambiae está muito bem adaptado a condições locais adversas, conseguindo um estado no qual as funções vitais corporais páram quase completamente. Quando tal ocorre, as moléculas de água são substituídas por um açúcar ocorrendo, dessa forma, uma cristalização natural. Em laboratório, a essas larvas desses charcos introduziu-se acetona, sendo em seguida fervidas e depois arrefecidas a -210 ºC. Estas etapas não foram suficientes para matar as larvas, tendo conseguido sobreviver.

Os japoneses também estudaram o seu DNA  e descobriram que este podia ser “ligado” e desactivado em 30 a 40 minutos. Os cientistas estão interessados neste mecanismo, que torna possível avaliar o potencial de organismos vivos sujeitos a múltiplas ameaças no espaço exterior.

O mosquito Anopheles gambiae refere-se na verdade a  um complexo de mosquitos morfologicamente indistinguíveis no género Anopheles. Contudo a espécie mais conhecida é Anopheles gambiae sensu stricto.

Jorge Almeida

Fonte: http://en.rian.ru/analysis/20090218/120203420.html