Erinaceus europaeus Linnaeus, 1758

Ouriço-cacheiro

Morfologia de Erinaceus europaeus

 © Albano Soares
 © Sérgio Esteves
 © Pedro Cardoso
Posição defensiva © Pedro Cardoso
Posição defensiva
 © Diogo Oliveira
 © Diogo Oliveira
 © Diogo Oliveira
 © Diogo Oliveira
 © Emídio Machado
 © Emídio Machado
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Informação detalhada sobre Erinaceus europaeus

Origem: Nativa no continente.

Descrição geral:
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Mamífero de pequenas dimensões pertencente à ordem Insectívora e à família Erinaceidae. É uma espécie facilmente identificável pelo facto de ser o único mamífero da fauna lusa que apresenta o corpo coberto por pêlos modificados em espinhos. As áreas do corpo que não apresentam espinhos têm uma cor amarelo-acastanhada. A sua locomoção faz-se com o apoio total da planta das patas no solo sendo por isso uma espécie plantígrada.
    
    
    
    
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Morfologia
Peso: Peso médio de 700g, podendo variar entre 400g e cerca de 1200g.
Comprimento: Corpo: 15-30 cm; Cauda: 1-2 cm.
Dimorfismo sexual: Inexistente
Ecologia
Distribuição – Alemanha, Áustria, Bélgica, Croácia, Dinamarca, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Holanda, Irlanda, Letónia, Luxemburgo, Noruega, Polónia, Portugal, Reino Unido, Republica Checa, Rússia, Suécia e Suíça. Introduzida nos Açores e Nova Zelândia.
Habitat – Prospera nos mais diversos tipos de habitats quer tenham origem natural, como é o caso de matos, florestas caducifólias, bordas de florestas e pradarias quer tenham origem por acção humana como o pomares, vinhas, campos agrícolas, parques e jardins inclusive em zonas urbanas.
Guilde Trófica – Predador
Estatuto de Proteção – Pouco preocupante segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza. Em Portugal Continental é considerada Pouco preocupante e Não Avaliado nos Açores.
Ameaças – Face à proximidade de algumas populações às estradas a espécie é frequentemente encontrada atropelada. A destruição de habitat e a utilização de pesticidas na agricultura são também fatores de ameaça. O consumo de presas contaminadas por pesticidas leva a contaminação indireta dos ouriços, embora a espécie também possa ser contaminada diretamente. Adicionalmente, a espécie é por vezes capturada ilegalmente.
Doenças e Parasitas – Salmonela (Salmonella enterica), carraça (Amblyomma sp.), pulgas (Archaeopsylla sp.), vírus Influenza (vírus da gripe).

Predadores: Cão (Canis lupus familiaris), Raposa (Vulpes vulpes), Texugo (Meles meles), Aves de Rapina como o caso do Bufo-real (Bubo bubo).
Presas

O ouriço-cacheiro é uma espécie que tem um período de hibernação ao longo do inverno, para tal tem adaptações a nível interno.
Reprodução
O ouriço-cacheiro tem um período de reprodução que decorre entre os meses de Abril e Setembro. O período de gestação dura cerca de 30 a 40 dias em que os cuidados dados são apenas maternais. As ninhadas têm habitualmente entre 1 e 9 crias, ocorrendo até 2 vezes por época reprodutiva. É uma espécie poligâmica, podendo um macho acasalar com várias fêmeas e uma fêmea com vários machos, até mesmo durante a própria época de reprodução. No período em que existe um casal formado podem ocorrer várias cópulas entre esse casal. A maturidade sexual deste animal é atingida ao final de 253 dias.
Ecologia alimentar
Esta espécie apresenta um regime alimentar omnívoro, sendo a sua dieta constituída preferencialmente por: escaravelhos, formigas, abelhas, vespas e borboletas. Também se pode alimentar de outros insectos, pequenos roedores, ovos, serpentes e lagartos de pequenas dimensões. Quanto a matéria vegetal alimenta-se essencialmente de sementes, grãos e frutos.
Organização social
É uma espécie solitária e não territorial. Não existe hierarquia mas as fêmeas reprodutoras podem ter prioridade (dominância) na escolha do local onde se alimentam. O domínio vital desta espécie varia entre 4 e 5 ha.
Comportamento
 Os seus hábitos são principalmente noturnos. Face a serem animais de pequeno porte têm métodos de defesa bastante aperfeiçoados. Quando ameaçados encolhem o corpo em forma de bola, não deixando espaço para que o predador tenha a acesso a zonas do corpo desprovidas de espinhos. Estão bem adaptados ao meio terrestre conseguindo trepar com facilidade e deslocar-se no solo a velocidades de cerca de 91m/h a 200m/h, mas também se deslocam em água com facilidade.
Medidas de Conservação
Encontra-se protegida no apêndice III da convenção de Berna e ocorre em áreas protegidas. Tendo em conta a sua importância para os ecossistemas e de ser globalmente comum na Europa, não é permitida a sua posse como uma espécie doméstica em países pertencentes à União Europeia.
Curiosidades
Os chamados espinhos presentes no corpo desta espécie são apenas pêlos modificados de maiores dimensões e de maior rigidez, em adulto um ouriço-cacheiro tem em média entre 5000 e 6000 destes pêlos modificados. Sob cuidados humanos há a possibilidade de não entrarem em hibernação durante o inverno devido à maior acessibilidade a comida e a temperatura elevada.

Referências
Amori, G., Hutterer, R., Kryštufek, B., Yigit, N., Mitsain, G. & Palomo, L.J. (2008). Erinaceus europaeus. In: IUCN 2012. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2012.2. <www.iucnredlist.org>.
Cabrera, A. (1914) Erinaceus europaeus In: Fauna Ibérica, Mamiferos (Cabrera, A.), pp. 30  33. Museo Nacional de Ciencias Naturales, Madrid.
Huijser, M.P. & Bergers, P.J.M. (2000) The efect of roads and trafic on hedgehog (Erinaceus europaeus) populations. Biological Conservation 95: 111  116.
Lourenço, R. (2006). The food habits of eurasian eagle-owls in Southern Portugal. Journal of Raptor Research, 40(4), 297–300.
Nauerby, B., Pedersen, K., Dietz, H. H. & Madsen, M. (2000) Comparison of Danish Isolates of Salmonella enterica Serovar Enteritidis PT9a and PT11 from Hedgehogs (Erinaceus europaeus) and Humans by Plasmid Profiling and Pulsed-Field-Gel Electrophoresis. Journal of Clinical Microbiology 38: 3631 – 3635
Queiroz A.l. (cord.), Alves P.C., Barroso I., Beja P., Fernandes M., Freitas L., Mathias M.L., Mira A., Palmeirim J.M., Prieto R., Rainho A., Rodrigues L., Santos-Reis M., Sequeira M. (2005).
Erinaceus europaeus Ouriço-cacheiro In Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (Cabral MJ, Almeida J, Almeida PR, Dellinger T, Ferrand de Almeida N, Oliveira ME, Palmeirim JM, Queiroz Al, Rogado L & Santos-Reis M (eds.)) pp. 570. Instituto da Conservação da Natureza. Lisboa.
Monteiro, M. (2012). “Ficha do Ouriço-cacheiro” (On-line), Naturlink. Accessed February 7, 2013 at http://naturlink.sapo.pt/Natureza-e-Ambiente/Fichas-de-Especies/content/Ficha-do-Ourico-cacheiro?bl=1&viewall=true#Go_1
Roberts, C. (2011). "Erinaceus europaeus" (On-line), Animal Diversity Web. Accessed January 30, 2013 at http://animaldiversity.ummz.umich.edu/accounts/Erinaceus_europaeus/
Erinaceus europaeus. ARKIVE.org. <http://www.arkive.org/hedgehog/erinaceus-europaeus/image-A9315>  Downloaded on 03 December 2012
“O Ouriço-cacheiro” Azibo.org <http://www.azibo.org/mamiferos/ourico.html> Downloaded on 03 February 2012

 

Distribuição de Erinaceus europaeus em Portugal