A descoberta foi feita no âmbito do projecto “Biomonitorização das linhas de água da zona Norte das ribeiras do Oeste”, a cargo da Associação de Defesa do Ambiente – Nostrum e Águas do Oeste, em parceria com a Universidade de Évora e Jardim Botânico de Lisboa, cujo objectivo foi determinar o grau de qualidade da água de alguns locais com base nos padrões de distribuição de espécies de briófitos e de macroinvertebrados bentónicos.

A espécie que se julgava extinta devido ao facto de não ser encontrada há várias décadas,  foi posteriormente confirmada pelos restantes elementos da equipa de investigação do Jardim Botânico, que certificaram a sua identificação, através da observação de espécimes de herbário.

A Fissidens exilis Hedw. é uma Briófita pertencente à família das Fissidentaceae e “vive em taludes geralmente calcários, húmidos e sombrios, não formando geralmente populações de elevada dimensão”. Esta espécie faz parte da lista vermelha dos Briófitos da Península Ibérica, sendo a população agora encontrada na Quinta da Boneca importante pelo facto de ocupar uma área considerável, segundo César Garcia, investigador do Museu Nacional de História Natural.
De acordo com o investigador “são agora necessárias medidas urgentes de gestão por parte das autoridades, com o objectivo de preservar este espaço tão distinto e tão ameaçado por estar nas proximidades de um grande aglomerado populacional”.

Para mais informações:
Sérgio, C., Brugués, M., Cros, R. M., Casas, C. & Garcia, C. (2007). The 2006 Red List of Bryophytes of Iberian Peninsula (Portugal, Spain and Andorra). Lindbergia, 31 (2). 109-125.

Reportagem RTP em:
http://tv1.rtp.pt/noticias/?article=176526&headline=20&visual=9