As aranhas pertencem à Classe dos Aracnídeos e, como tal, possuem quatro pares de patas locomotoras, um par de palpos e um par de quelíceras. Têm o corpo coberto de pêlos e um sistema respiratório adaptado à vida em terra.
Distinguem-se das restantes ordens de aracnídeos, entre outras características, por apresentarem o corpo nitidamente diferenciado em duas regiões: o prossoma ou cefalotórax (anterior) e o opistossoma ou abdómen (posterior), por terem as quelíceras terminadas num gancho ôco adaptado à injecção de veneno e por apresentarem no abdómen as fieiras, apêndices articulados mais ou menos transformados através dos quais regulam a produção de seda.
São animais pequenos, variando as espécies de Portugal entre 0,5mm e 4cm de corpo. A maioria das nossas espécies tem oito olhos, o grupo das haplogínicas apresenta tipicamente apenas seis e existem espécies cavernícolas pertencentes a ambos os grupos que perderam os olhos por completo.
O sistema respiratório apresenta diversas adaptações de acordo com as espécies mas, em termos gerais, pode-se dizer que existem dois tipos: pulmões laminados e traqueias. A mesma espécie pode apresentar ambos.
As fieiras, geralmente situadas na parte posterior/inferior do abdómen, também podem ser de vários tipos e em número variável de duas a oito.
Todas as espécies conhecidas em Portugal se reproduzem sexuadamente (poder-se-á ter descoberto recentemente a primeira excepção) e é frequente existir um acentuado dimorfismo sexual em termos de tamanho, formas e cores. A fecundação é interna, existindo uma cópula durante a qual se transmite o esperma. Para tal, os machos possuem estruturas copulatórias especializadas nos palpos. Todas são ovíparas, ou seja, os ovos fecundados são depositados numa ooteca e desenvolvem-se no exterior da fêmea até à eclosão. Quando nascem, as aranhas passam por diversas fases antes de serem adultas que variam de espécie para espécie.
Todas as nossas espécies de aranhas são carnívoras e predadoras, havendo no entanto algumas que adoptam hábitos necrófagos. A captura das presas é feita de quase tantas formas diferentes quanto as espécies que existem. Algumas desenvolveram um extraordinário sentido de visão, outras usam pêlos sensíveis e uma rapidez extrema, venenos especializados, teias pegajosas e resistentes, etc.
Apesar de associarmos as aranhas a teias, a verdade é que existem muitas espécies que não as constroem mas todas fabricam seda e todas a usam pelo menos para um fim: a proteccção dos ovos. Podem usá-la também como defesa, ou como fio de segurança enquanto se deslocam.
O tempo de vida destes animais é muito variável e temos espécies que vivem pouco mais de um ano até mais de uma dezena de anos.
São conhecidas actualmente mais de oitocentas espécies em Portugal e o número continua a aumentar. Destas, várias são endémicas, ou seja, apenas ocorrem no nosso território e são vulneráveis mas infelizmente, não tem havido nenhum esforço das autoridades competentes para salvaguardar o futuro destas espécies únicas, existindo apenas uma espécie com estatuto de conservação.