Puffinus baroli Bonaparte 1857
Pintaínho
Outros Nomes Comuns: frulho ou pardela-pequena
Morfologia de Puffinus baroli
Informação detalhada sobre Puffinus baroli
Estatuto de conservação: Global (LC) Pouco preocupante; Açores: VU (Vulnerável); Madeira: VU (Vulnerável)
Tipo de ocorrência: Estival. No entanto, ao longo do ano não se afasta muito das colónias.
Biometria: Comprimento: 25-30cm; Envergadura: 58-67cm;
Identificação: A mais pequena pardela do Atlântico Norte. Aspecto geral escuro por cima, e branco nas partes inferiores. Orla preta estreita na parte inferior da asa. Branco da face abrange o olho. Pode ser confundido com Fura-bucho do Atlântico Puffinus puffinus, mas mais pequeno, cabeça mais arredondada, bico mais fino, e vôo com sequências maiores de batimentos mais rápidos. Em alimentação, ocasionalmente paira à superfície, com asas aberta e patas supensas. Em vôo, frequentemente levanta a cabeça.
Biologia e movimentos: Colónias em ilhas e ilhéus rochosos e falésias costeiras. Ninho em cavidades ou debaixo de pedras soltas. Chega às colónias em Dezembro. Pões um só ovo. Juvenis abandonam o ninho em Maio. Visita as colónias à noite.
De um modo geral mantêm-se perto das colónias durante todo o ano, mas existe dispersão (sobretudo de indivíduos imaturos) como sugerem registos na ZZE continental (Julho a Outubro).
Distribuição: Fragmentada pelos Oceanos Índico, Pacífico e Atlântico. A maior parte da população concentrada no hemisfério Sul.
Nos Açores, nidifica nas ilhas do Corvo, Flores, Pico, S. Jorge, Graciosa, Sta. Maria, e S. Miguel. Estima-se que no total existam 840 - 1530 casais no arquipélago, sendo a zona mais importante para a espécie, as ilhas do Corvo e Flores.
No arquipélago da Madeira estima-se que existam cerca de 300 casais nas Desertas, e cerca de 4000 nas Selvagens. Na ilhas da Madeira e Porto Santo estima-se um baixo efectivo populacional.
No entanto sublinha-se que é muito difícil produzir estimativas populacionais mais exactas devido à inacessibilidade das colónias.
Ameaças: O sucesso reprodutor desta espécie é fortemente afectado pela actividade humana (perturbação das colónias, e prograssiva escassez de habitat para nidificação), predação de ovos e crias por mamíferos introduzidos (gatos e ratos), e competição espacial com Gaivota-de-patas-amarelas Larus michaelis atlantis, e Cagarra Calonectris diomedea (Selvagens).
Nota taxonómica: Estudos genéticos (Sangster et al., 2005) sugerem a separação da Pardela-de-Audubon P. lherminieri, em P. lherminieri (Índico, Pacífico C e NE, e Atlântico O), e P. baroli (Açores, Madeira e Canárias). Segundo esta classificação, os P. assimilis nidificantes em território Português deveriam ser classificados como P. baroli. No entanto, esta classificação não foi reconhecida pela maioria das entidades (incluindo a Birdlife International), por a análise molecular realizada indicar apenas diferenças padronizadas entre os dois taxa, mas não afirmar nem apresentar dados suficientes para os separar como espécies diferentes.
Actualmente, os indivíduos nidificantes em território nacional e Canárias são classificados como P. assimilis baroli, e os nidificantes em Cabo Verde como P. assimilis boydi (Brooke, 2004).
Curiosidades: Existem relatos históricos para o arquipélago dos Açores, de captura desta espécie para consumo humano, o que sugere que esta pode já ter sido bastante abundante no arquipélago.