Latrodectus tredecimguttatus (Rossi, 1790)
Viúva-negra
Outros Nomes Comuns: aranha-viúva, viúva-negra-mediterrânica, malmignata
Sinonímias de Latrodectus tredecimguttatus
Morfologia de Latrodectus tredecimguttatus
Vídeos de Latrodectus tredecimguttatus
Informação detalhada sobre Latrodectus tredecimguttatus
Biologia: | |||
Continente: | Açores: | Madeira: | |
Presença: | |||
Origem: | |||
Situação: |
Ciclo de vida: | |||
Fêmeas: | |||
Comprimento do corpo: 14 a 15 mm. | |||
Machos: | |||
Comprimento do corpo: 8 a 10 mm. Carapaça e quelíceras idênticas às das fêmeas. Patas negras mas proporcionalmente mais compridas que nas fêmeas. Abdómen pequeno, com os mesmos padrões das fêmeas embora normalmente muito mais definido. | |||
Postura: | |||
As fêmeas podem fazer até 8 posturas num ano com um número de ovos muito variável entre os 80 e 250 ovos em cada postura. Esta é envolta numa ooteca esférica com cerca de 15mm de diâmetro, de seda branca ou amarelada. As posturas são realizadas normalmente entre Junho e Outubro e o período de incubação é muito variável entre 15 dias a vários meses dependendo das condições de temperatura e da época do ano. | |||
Ninfas: | |||
As ninfas apresentam o abdómen menos arredondado que nas fêmeas e com padrão típico da espécie mas com cores variáveis. A mesma aranha pode variar as cores das manchas em cada etapa de crescimento. Atingem a maturidade ao fim de 4 a 12 meses. | |||
Teia: | |||
As teias têm a estrutura normal da família com um esconderijo, uma teia de captura e um emaranhado de fios de suporte e alarme que podem também servir como fios de captura. O esconderijo é simples e geralmente situa-se perto do solo ou mesmo debaixo de pedras frequentemente disfarçado com restos de presas e outros detritos. A teia de captura pode estar a uns 20 cm de altura desde o solo e dela saem inúmeros fios de suporte, entre os quais alguns directos ao solo com pequenas gotas de seda líquida muito pegajosa que servem para captura de animais que se deslocam no solo. | |||
Presas e alimentação: | |||
Alimenta-se principalmente de insectos predando com frequência formigas e coleópteros mas pode predar qualquer pequeno animal que passe pela teia como escorpiões, aranhas, isópodes, centopeias, etc. A captura é feita com uma seda muito pegajosa e muito forte que cola nas presas com as patas traseiras. Quando a presa começa a ficar enleada, a aranha, eleva-a esticando fios de seda e frquentemente isola-a do resto da teia cortando os fios em redor. Por esta altura tenta procurar uma extremidade como uma pata ou uma antena, se possível, e aplica uma picada com um veneno forte e paralisante. Segue-se um reforço de seda e aguarda que a presa fique atordoada. Só nessa altura se aproxima com mais confiança. esta seda pegajosa é igualmente usada como mecanismo de defesa. Se se sentir perturbada, a aranha lança pequenos jactos de seda que rapidamente se colam e se enleiam no potencial inimigo. | |||
Fenologia: | |||
As fêmeas vivem vários anos pelo que, apesar de mais activas de maio a novembro, podem encontrar-se todo o ano. Os machos são adultos principalmente no verão com um período de actividade de Maio a Setembro. | |||
Defesas e veneno: | |||
Esta é uma espécie algo tolerante, não sendo particularmente agressiva, no entanto está dotada de um veneno potente quer para as suas presas, quer para os seus potenciais inimigos. Em caso de picada, o efeito pode ser muito variável e a própria aranha pode injectar quantidades variáveis de veneno. Os efeitos nos insectos são de paralesia, nos seres humanos pode provocar dor intensa, feridas no local da picada, contracção dos músculos, particularmente abdominais (provocando uma situação complicada de rigidez abdominal que, além da dor, dificulta a respiração), faciais (provocando uma expressão característica chamada de facies latrodectismica) e penianos (provocando o priapismo), aceleração cardíaca, hipertensão, oliguria, suores, cãbrias e paralesias parciais temporárias. | |||
5/2015 - Ficha elaborada por Ricardo Silva
Imagens de Emídio Machado, Pedro Cardoso, Jorge Almeida, Ricardo Silva e Marco Mirinha.