Delphinus delphis Linnaeus, 1758

Toninha

Outros Nomes Comuns: Golfinho-comum, Delfim, Golfinho-comum-de-bico-curto

Sinonímias de Delphinus delphis

Delphinus albimanus, Delphinus algeriensis, Delphinus bairdi, Delphinus bairdii, Delphinus capensis, Delphinus delphus, Delphinus dussumieri, Delphinus forsteri, Delphinus frithii, Delphinus fulvifasciatus, Delphinus fulvofasciatus, Delphinus janira, Delphinus longirostris,Delphinus loriger, Delphinus major, Delphinus marginatus, Delphinus microps, Delphinus moorei, Delphinus novaezealandiae, Delphinus novaezeelandiae, Delphinus novaezelandiae, Delphinus sao, Delphinus vulgaris, Delphinus zelandae

Morfologia de Delphinus delphis

 © Francisco Martinho
 © Francisco Martinho
 © Jaime deBrum
 © Vanessa Mafra
 © Vanessa Mafra
 © Vanessa Mafra
 © Francisco Martinho
 © Francisco Martinho
 © Francisco Martinho
 © Francisco Martinho
 © Ana Mendonça

Informação detalhada sobre Delphinus delphis

Descrição geral:
O golfinho-comum é uma espécie pelágica comum em águas temperadas a tropicais de todo o mundo. Esta espécie apresenta uma linha lateral preta, flancos cinzento-bege e amarelos, formando um elaborado padrão em ampulheta com linhas cruzadas que o distingue de outras espécies. Possui um bico longo, embora menor que o golfinho-comum de bico comprido, e pontiagudo. Tal como a maioria dos delfinídeos apresenta a região dorsal escura e a região ventral mais clara.
Esta espécie pode oscilar entre os 1,6 a 2,4 metros de comprimento e entre 100 a 200 kg de peso, sendo que as fêmeas são ligeiramente menores que os machos.

Distribuição e Ecologia:
Comum em águas tropicais e temperadas de todo o mundo, tem uma distribuição ampla mas descontínua, pouco rigorosa devido à dificuldade de distinção de outras espécies no passado. A sua distribuição tem como limites, em média, 50º a Norte e 50º a Sul.
Em alguns locais realizam migrações sazonais associadas a correntes oceânicas. Possivelmente tem várias populações geograficamente isoladas. Há várias populações de golfinho-comum conhecidas, sendo as do mar Mediterrâneo e mar Negro melhor estudadas. Em Portugal, esta espécie está presente tanto no Continente, como na Madeira e nos Açores.
Ocorre ao longo da plataforma continental ou por vezes próximo da costa em zonas de águas profundas. Muitas vezes associada a zonas de convergência, influenciadas por fenómenos de upwelling, sendo comum em águas com temperaturas entre os 10 e os  28ºC. Pouco comum em zonas com menos de 180 metros de profundidade.

Possui 40-55 pares de dentes afiados em cada maxila. Alimentam-se de uma grande variedade de peixes e cefalópodes pelágicos e bentónicos. A sua dieta varia de acordo com a área geográfica e época do ano. É capaz de mergulhar a profundidades de 300 metros para encontrar alimento, tipicamente durante 10 segundos a 2 minutos, mas podendo atingir no máximo 8 minutos. As capturas podem ocorrer durante o dia ou a noite e podem durar 1 hora.
Esta espécie tem como predadores naturais orcas e tubarões.
 
Reprodução:
Reproduzem-se provavelmente durante todo o ano mas com maior incidência na Primavera e no Verão.As fêmeas atingem a maturidade sexual entre os 2 a 8 anos de idade e os machos entre os 3 a 12 anos de idade. A época de reprodução é sazonal e a gestação pode durar de 10 a 11,7 meses. Os eventos reprodutores ocorrem com diferenças de pouco mais de 1 ano. As crias nascem com 80 a 93 cm de comprimento. A longevidade é de cerca de 50 anos no máximo, tanto em machos como fêmeas.

Comportamento:
Podem formar grupos de algumas dúzias a milhares de indivíduos. Dentro dos grupos, os animais podem segregar-se de acordo com o sexo ou com a maturidade sexual dos diferentes indivíduos. O tamanho do grupo varia sazonalmente e consoante a altura do dia. Podem formar uma aglomeração cerrada quando se sentem ameaçados.
Por vezes podem associar-se com outras espécies tais como o golfinho-riscado e golfinho-roaz, entre outras.
São muito activos e acrobáticos realizando diversos saltos aéreos enquanto se deslocam ou em comportamento de jogo. São velozes podendo deslocar-se até uma velocidade de cerca de 29 milhas/hora em perseguição de presas ou em deslocação entre zonas de alimentação, embora a velocidade média seja de 5 a 7 milhas/hora. Ocasionalmente interagem com as embarcações, procurando a melhor posição para acompanhar as ondas.

Ameaças:
Apesar de ser uma das espécies abundante, em algumas zonas do globo as populações de golfinho-comum têm vindo a decrescer nas últimas décadas, devido a caça directa (para alimentação ou por interferências com as pescas), captura acidental em diversas artes de pesca (em especial as redes de cerco, arrastantes, envolventes e de deriva), degradação do habitat, e elevados níveis de contaminantes tóxicos presentes tanto nas presas de que se alimenta como nos seus próprios tecidos torna-os susceptíveis a diversas doenças. Também são afectados pela poluição sonora.

Estatuto de conservação:
Apesar do declínio de várias populações, esta continua a ser uma das espécies mais abundantes, o que lhe confere, desde 1996, o estatuto de “Pouco preocupante”, segundo a IUCN. Encontra-se ainda incluído nas convenções internacionais de Berna (Convenção Relativa à Conservação da Vida Selvagem e dos Habitats Naturais da Europa - Anexo II), Bona (Conservação das Espécies Migradoras Pertencentes à Fauna Selvagem - listada no anexo do Acordo ACCOBAMS – Acordo para a Conservação dos Cetáceos o Mar Negro, Mar Mediterrâneo e Zona Atlântica Adjacente) e CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies de Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção - Anexo II A), assim como na Directiva Habitats (Anexo B IV).
Em Portugal, o golfinho-comum está totalmente protegido desde 1981 (Decreto-Lei nº 263/81 de 3 de Setembro), sendo proibidas a captura, pesca ou abate de espécies de mamíferos marinhos nos estuários e na ZEE Continental. Também é proibida a comercialização de animais arrojados e no caso de serem encontrados vivos, serão confiados a instituições científicas especializadas.
Também a regulamentação de observação de cetáceos em Portugal ficou definida no Decreto-Lei nº 9/2006 de 6 de Janeiro.

 

Distribuição de Delphinus delphis em Portugal